Ultimamente tenho pensado bastante sobre o meu relacionamento com o criador e ás vezes me acho omisso em meu compromisso com o reino de Deus. Me converti ao evangelho em 1998 com a idade de 16 anos, e hoje já se passaram quase 10 anos de minha caminhada cristã cheia de lutas, mas marcadas com grandes vitórias. Como filho de Deus e crendo na totalidade daquilo que está escrito nas escrituras, percebo como as coisas poderiam ter sido diferentes, se de minha parte tivesse havido uma dedicação de mais qualidade com a palavra de Deus e um esforço maior em agradar ao Senhor. Penso no número de vezes que eu poderia ter visitado os hospitais onde não faltam pessoas necessitadas de um conselho de Deus, ou simplesmente uma boa tarde acompanhada de um aperto de mão. Penso nos presídios e na solidão daquelas cadeias quando a noite vem, e fico me sentindo um hipócrita por ter ido apenas meia dúzia de vezes por lá. O nosso cristianismo no contexto geral, tem sido apenas de palavras, pois fomos ensinados a termos uma grande fé dentro dos templos, esquecendo de vivermos a palavra do lado de fora. Sinto muito dizer, mas a nossa espiritualidade tem nos levado a querer mais poder e prestígio do que mesmo praticar as bem-aventuranças tão ensinadas por Jesus. Tenho questionado os meus sonhos sem perder a beleza de viver, pois o aprendizado que Cristo nos deixou foi de uma vida de serviço e não de ‘’sucesso’’. Confesso, já envergonhei o evangelho com os meus pecados revelados e os ocultos, deixando por muitas vezes de assumir o meu papel de "Sal da terra e luz do mundo", já deixei de ser benção e até pensei em refazer a minha vida espiritual longe da minha cidade, como se isso fosse a melhor solução, pois, agindo assim só estaria fugindo dos problemas, deixando de encarar a realidade. Mas, apoiado pelas escrituras que diz: "O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado", estou de pé com a minha vida lançada aos pés do mestre. Já decepcionei pessoas e já fui decepcionado também, já fiz os outros chorarem e já chorei por causa dos outros, e assim vou seguindo a minha vida, porém, o impulso de fazer muitas coisas ainda está no meu coração, mesmo sabendo que existe uma batalha tremenda entre o bem e o mal, cada um querendo ter domínio de nossas vidas e tudo dependendo de nossas escolhas. Ah, Como eu queria nunca ter errado! Mas sei que isso é impossível! Fico pensado na noite escura, deitado em minha cama, nos erros que poderiam ser evitados. Penso também nos conselhos que deixei de ouvir e nos momentos de intimidade que deixei de ter a sós com o Senhor. Acho que estou amadurecendo tanto na vida como no contexto geral da fé cristã, e o meu desejo com esta reflexão é reparar as coisas que precisam de mudanças e reforçar aquilo que está certo.
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